12 de abril de 2011

O pássaro sem cor - Luís Norberto Pascoal

O PÁSSARO SEM COR

            Era uma vez um pássaro que tinha nascido diferente dos outros. Ele não tinha cor. E todos o chamavam de pássaro sem cor.
            Sempre que o chamavam assim ele ficava triste. E ainda brincavam: - Ah! Se não tem cor, não é pássaro.
            Ele andava e voava de lá pra cá, sem saber o que fazer. Um dia, ele encontrou um velho pássaro muito inteligente e capaz de explicar coisas difíceis. Perguntou-lhe:
                    Por que não tenho cor?
                    Porque você é especial, um pássaro mágico! - respondeu o velho pássaro. Você tem mais cores que os outros, mas ninguém ainda conseguiu vê-las. Descubra a mágica que existe em você e será o mais colorido de todos!
                    Mas como, grande Mestre? - perguntou o pássaro sem cor. Como vou descobrir esse segredo mágico? E o velho pássaro sábio disse:
                    Descubra-se! Saia caminhando e voando. Veja o que você pode fazer pelos outros e como deixar o mundo melhor. Aí saberá o quão colorido e belo você é.
            O pássaro não entendeu direito, não sabia o que fazer, mas resolveu seguir o conselho.
            Caminhando e voando, viu alguém que precisava de ajuda, que se afogava e chamava:
                    Por favor, alguém me ajude!
            O pássaro sem cor saiu à procura de ajuda porque um menino se afogava. Quando foi salvo disse:
                    Nossa, pássaro vermelho, que maravilha! Você é um anjo! Quando vi você, sabia que me salvaria.
            O pássaro sem cor ficou assustado. Era a primeira vez que alguém o chamava de vermelho. Perguntou:
                    Por que você me chama de vermelho, se não tenho cor?
            E o menino disse:
                    É lógico que você tem cor! E é linda! Você é vermelho, a cor da vida, a cor do sangue!
            O pássaro realmente estava vermelho. Ele agradeceu e disse que ajudar era a sua obrigação, e continuou seu caminho.
            Logo depois, o pássaro viu uma fumacinha no horizonte e voou pra lá. Uma árvore pediu-lhe ajuda:
                    Pássaro, me ajude! Começou a pegar fogo na floresta e eu não sei como apagar. Você pode encher o seu bico de água no rio e jogar um pouco aqui.
            Correndo e voando muito rápido, foi até o rio várias vezes, encheu o bico de água e jogou nas árvores que pegavam fogo. Foi e voltou muitas vezes, até que o fogo se apagou.
            A árvore agradeceu, dizendo:
                    Que bom que você passou pelo meu caminho, pássaro verde! Você protege a natureza, é amigo das árvores.
            O pássaro olhou para o próprio corpo e viu que, de fato, estava verde. Ele disse que só tinha cumprido o seu dever e continuou seu caminho.
            Seguiu voando, até que encontrou uma flor muito linda, bem amarela, que gritou:
                    Pássaro, venha até aqui, por favor!
            Ele foi até lá e ela disse;
                    Tem um monte de bichinhos querendo comer minhas folhas e só você pode me proteger! Dê um susto neles, de modo que fujam e nunca mais voltem, e aí eu poderei reluzir a luz amarela e deixar o mundo mais colorido.
            Ele imediatamente contou tão alto que os insetos saíram correndo. A florzinha amarela disse:
                    Obrigada, pássaro amarelo!
            E ele respondeu:
                    De nada, só cumpri a minha responsabilidade de proteger as flores.
            O pássaro sem cor já nem sabia mais que cor tinha! Havia sido chamado de vermelho, de verde, de amarelo. Mas continuou seu caminho, sempre ajudando que precisava ou avisando quando havia perigo. Em cada lugar, era chamado de uma outra cor. Azul quando salvou o mar, Rosa quando salvou os botinhos cor-de-rosa, enfim, todas as cores.
            Já muito intrigado, porque agora todo mundo o chamava de pássaro colorido, ele voava pelas montanhas, quando avistou um pássaro indo em direção à rocha. Parecia meio cego pelo sol, não percebendo o risco que corria. Ele saiu em disparada e desviou o grande pássaro do acidente iminente.
            Passado o susto, o pássaro, que era muito bonito, disse:
                    Pássaro sem cor, hoje você me salvou e ainda me deu uma lição. Eu debochava de você porque era lindo e você feio. Agora você é o mais belo dos pássaros, tem mais cores do que eu, e é mais respeitado. Como conseguiu isso? Você não tinha cor alguma e, hoje, comparado a você, me vejo muito menos brilhante. Como conseguiu essa mágica?
                    Puxa, que elogio mais bonito! - agradeceu o jovem pássaro. - Mas como tem certeza de que sou mais colorido?
                    Olhe-se nas águas do lago – respondeu o outro pássaro – e veja quantas cores lindas você tem! É tão jovem e já é o mais respeitado de todos!
            Os dois se despediram, agradecendo um ao outro e, de repente, apareceu aquele velho pássaro sábio. O jovem, agora muito feliz, perguntou ao sábio:
                    Como soube que eu era mágico e tinha todas essas cores?
            E o velho disse:
                    Você tinha a bondade nos olhos, a inteligência nas suas perguntas e a vontade de nunca dizer “não” para quem pede ajuda. Eu tinha muita certeza que, caminhando e voando pela vida, você iria ajudar muita gente e salvaria muitas coisas, e se tornaria o mais belo e o mais respeitado de todos os pássaros. A mágica da vida é esta: aquele que quer e sabe fazer o bem, que tem o desejo de ajudar os outros, sempre será o mais querido. Parabéns pássaro sem cor! Você é o mais belo porque descobriu as cores da bondade com inteligência e determinação. Os pássaros coloridos são aqueles que buscam ajudar as pessoas próximas. A cada contribuição, eles se tornam mais lindo e respeitados por seus grandes exemplos de sabedoria e sua capacidade de pensar no próximo.

Mario Marinheiro - Lena Aschembach, Ivani Fazenda e Marisa Elias

MARIO MARINHEIRO

            Mario Marinheiro viajava muito e em suas viagens levava livros e papel de cartas, pois gostava muito de ler e de escrever. As cartas que escrevia eram depois dobradas e colocadas em envelopes.
            Quando chegavam as respostas, ele as dobrava para ler dentro da barraca onde ficava acampado. Isso quando não estava em alto mar.
            Na barraca, em contato com a vida em ar livre, Mario Marinheiro pode a observar o vôo das aves e os ninhos de passarinhos dos mais variados formatos.
            Certo dia, Mario Marinheiro percebeu que sua barraca estava precisando de uma pintura na parte da frente e também de uma reforma no telhado, que era reto e passara a ser bicudo.
            A noite, o toldo tinha de ser levantado, transpassando-o para ficar bem preso, e depois do outro lado.
            Mario Marinheiro gostava de construir com papel um chapéu de forma triangular para se proteger do sol.
            Quando precisava de saquinho para pipoca, copo ou coador, podia obtê-los virando o chapéu para baixo.
            Um dia, sentiu que o chapéu que construirá era muito grande e resolveu reformá-la. Uniu então as pontas do chapéu como se fosse um bico de passarinho.
            Levantando as pontas que apontavam para baixo, uma para cada lado, Mario Marinheiro obteve um chapéu menor.
            Como o chapéu continuava grande, tentou diminuir novamente repetindo as mesmas dobras .
            Mas arrependido, desdobrou as ultimas abas, puxando para fora suas duas pontas.
            Qual não foi a sua surpresa ao ver seu chapéu transformar-se num barco!
            Certo dia,  navegando em alto mar, o barco de Mario Marinheiro começou a balançar de um lado para o outro pois as ondas estavam revoltas por causa da chuva que começara cair. No céu avia muitas nuvens, que provocavam trovoes barulhentos.
            De repente, o barco bateu num rochedo, que lhe arrancou a parte da frente - a proa.
            O barco rodopiou e foi arrancada a parte de trás – a polpa. Em seguida o barco emborcou , virando o mastro de ponta cabeça e bateu num recife, perdendo a ponta do mastro.
             O barco foi então afundando, afundando e se desmanchando. Como Mario Marinheiro sabia nadar e boiar muito bem, pois praticava espotes e tinha muita resistência, foi nadando até a praia e salvou-se... graças a seu barco que se transformara... adivinha em que?
            Numa camiseta salva vidas!


Aninha e o Folclore - Bernadere, Bruna e Marcela


ANINHA E O FOLCLORE

·         MÚSICA: Sítio do pica-pau Amarelo

Bom dia turma! (Boa tarde) Tudo bem com vocês? Meu nome é Aninha.
Sou uma menina como vocês que adora estudar e aprender coisas novas.
Sabe?! No mês de agosto a minha professora Cida me ensinou muitas coisas sobre o folclore.
Vocês também aprenderam sobre o folclore?
Eu conheci um monte de personagens e aprendi várias histórias. Vamos relembrar algumas?

·         MÚSICA: Saci pererê

Oi, eu sou o Saci Pererê e pra me encontrar na floresta é só procurar um gorro vermelho pulando no meio da mata.
O Tio Barnabé do Sítio do Pica Pau Amarelo me chama de Diabinho de uma perna só. Eu só tenho uma perna mesmo, mas não sou um diabinho.          Tá certo que eu sou bagunceiro e vivo arrumando confusão por onde eu passo.
Eu gosto de azedar o leite, quebrar pontas de agulhas, esconder coisas, embaraçar novelos de lã, jogar mosca na sopa dos outros, queimar o feijão que está no forno, o bolo no fogão, ficar gorando a galinha botando ovo, puxar o rabo do porco, fazer barulho no bambuzal, correr atrás do gado a noite e provocar cachorro é o que eu mais gosto de fazer. Eles latem e fazem o maior barulho.
Eu, como todo Saci me divirto fazendo maldade, mas não maldade grande e feia. Maldadezinha das pequenas. Eu vou de um lado pro outro num redemoinho de vento. É assim que eu me locomovo e pra me pegar só com peneira. É. Uma peneira e eu já era. Fico preso, mas posso fugir.
Agora, se tirarem o meu gorro e me prenderem dentro de uma garrafa daí eu não tenho como fugir e a pessoa que me prender vira meu dono. Até hoje ninguém me pegou não.
Eu não sou só bagunceiro. Eu conheço muito bem a floresta. Tão, tão bem que entendo tudo de ervas e sei fazer um montão de tipos de chá. Além deles serem gostosos, ajudam na cura de doenças.
Agora tenho que ir, até mais criançada!
           
·         MÚSICA: Sítio do pica-pau Amarelo

            Voltei crianças! Ei! Voces já conheciam esse personagem do folclore brasileiro?
            O que vocês acham do saci?
            Vocês lembram de mais alguma coisa sobre o saci?
            Sabe outra história que eu gosto bastante?! É de uma bruxa que pega as criancinhas desobedientes e que não querem dormir...Ai que medo!

·         MÚSICA:  Cuca

Olá, eu sou a Cuca ou Coca, dependendo do lugar onde apareço tenho um nome diferente! Pode ser Cuca, Coca, Coco, La Cuca, enfim...
Sou uma velhinha feia em forma de jacaré que rouba criancinhas desobedientes, que não dormem cedo e que falam fora de hora.
Todos têm muito medo de mim, apareço sempre à noite e levo as crianças em sacos.
Cuidado comigo, não faça manha, nem desobedeça porque senão te pego e te levo no meu saco! Ando por aí cantando:
Dorme nenê,
Que a cuca vem pegar,
Papai foi na roça,
Mamãe foi trabalhar!
·         MÚSICA: Sítio do pica-pau Amarelo

            Ainda bem que a Cuca já foi embora! Eu estava com muito medo!
            Mas a minha professora disse que isso são só histórias que o povo conta de geração para geração. Ainda bem, assim eu gosto do folclore. Tchau crianças até a próxima!

·         MÚSICA: Sítio do pica-pau Amarelo






Furos no Céu - Lenice Gomes

FUROS NO CÉU

            Houve um tempo em que o Céu e a Terra eram muito próximos um do outro. Diziam que da torre do palácio se podia colher um ramalhete de nuvens, rabiscos de pássaros, carneirinhos saltitando...
            Esta história aconteceu numa aldeia africana. Havia tanta luza naquele dia que duas mulheres pegaram seus pilões para amassar grãos de milho no quintal de casa. Elas diziam amar a claridade e o festejo da lua cheia na aldeia. Tudo era muito mágico.
            Assim, trocavam mexericos e gargalhadas narrando histórias, que as levavam longe, longe. Naquele converseiro o tempo ia passando e as histórias se derramando, feito um rosário de ave-marias. Uma das mulheres, entusiasmada com a conversa, levantou a mão do pilão com tanta força e tão alto, que fez um furo no céu.
            O Céu tomou um susto ao ver aquele furo e desabou a berrar. Elas de tão entretidas nem ouviram, continuaram em sua conversa,  pisando
 nos seus pilões.
            Assim o infinito azul foi ganhando furos e mais furos. Aquelas mulheres jamais imaginavam que seus pilões iam transformando o céu numa grande peneira. O Céu irado, da cor das violetas, gritou mais que um tanto:
            - Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! Uiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!
            O grito chamou a atenção das mulheres, que olharam para o alto e disseram: “Vai chover”. Diziam uma para outra: “Avia, avia, avia... Recolhe o milho e o pilão...” Parecia uma cantoria.
            Indignado, o Céu resolveu ordenar ao tambor em tom de autoridade:
            “Toque alto, por favor”
            Atravesse portas e janelas
            Chegue aos ouvidos das piladeiras
            Convidando-as a me olharem
            Sob as sete luas que as iluminam”.
            Elas, encantadas pelo soar do tambor, aproveitaram para dançar. A cadência foi crescendo, crescendo e crescendo. O Céu achou bonita aquela dança que alegrava o seu universo. Mas nada podia mudar sua decisão de separar-se da terra. Ou subia ou ficava todo furado. Foi subindo, subindo, até chegar num lugar perfeito: nem tão perto que alguém pudesse tocá-lo com a mão do pilão, nem tão alto que ninguém pudesse vê-lo.
            E não que ele sentiu saudades do tum-tum-tum do tambor, do barulho dos grãos no pilão, das histórias das mulheres e de suas canções?! Foi então que o Céu teve a ideia de transformar os furos que as mulheres haviam feio em estrelas, para que pudesse continuar espiando as coisas da terra.
            Satisfeito, o Céu sorriu. E foi contando essa história de aldeia em aldeia, com a intenção de que ela se espalhasse pelo mundo e pudesse ser contada e recontada onde houvesse alguém para escutá-la.
            Assim, segundo os africanos, nasceram as estrelas do céu, pontinhos luminosos no azul, para iluminar a África.







Nossa primeira história: O mistério da caixa vermelha - Semiramis Paterno








O Projeto - 2010

E.M.E.I.F. “IRMA CARRIT”

Projeto
“SENTA QUE LÁ VEM HISTÓRIA”
 Justificativa:
            Para se formar cidadãos leitores é necessário despertar desde cedo a curiosidade pelo livros, pois esses favorecem o desenvolvimento da sensibilidade, da fantasia e proporcionam ampliação do vocabulário infantil.
            Este projeto visa um trabalho que desperte o gosto pela leitura e que ratifique o entendimento de que ler e ouvir histórias possibilitam ao sujeito desenvolver seu gosto artístico e ampliar sua maneira de ver e entender o mundo que o rodeia.
            Através das histórias a serem contadas, espera-se que as crianças sintam-se encorajadas a fazer parte de um mundo leitor e, por si próprias, criem o hábito da leitura, o que contribui, significativamente na construção de seu conhecimento.

Duração do Projeto:
            Agosto de 2010 à Dezembro de 2010

Responsáveis pelo desenvolvimento do projeto:
            Professoras Substitutas: Bernadete, Bruna e Marcela.

Público Alvo:
            Alunos da Educação Infantil e Ensino Fundamental desta Unidade Escolar.

Objetivos:
                    Favorecer o desenvolvimento da afetividade, raciocínio, senso crítico, imaginação e criatividade;
                    Ampliar o repertório de histórias que as crianças conhecem;
                    Desabrochar o indivíduo, no seu íntimo, a expressar seus sentimentos, opiniões e ideias;
                    Conhecer os diferentes gêneros literários;
                    Reconhecer e valorizar a linguagem oral como instrumento para comunicar os sentimentos, ideias, interesses próprios, em situações de comunicação oral de diversos tipos;
                    Sentir prazer em ouvir, ler, interpretar, reproduzir textos e descobrir o gosto pela leitura.

Desenvolvimento:
                    Expor o projeto para direção, coordenação e professores;
                    Escolher os livros e preparar material uma vez por semana (HTPC);
                    Elaborar escala para contar as histórias (esta poderá sofrer alterações em caso de substituição de professor);
                    Contar, se possível, uma história por semana para todos os alunos da U.E., utilizando diferentes técnicas, materiais e gêneros literários;
                    Elaborar portfólio das histórias contadas.

Recursos:
                    Diversos ambientes;
                    Livros de diferentes gêneros;
                    Fantoches; Fantasias;
                    Rádio; Cd's;
                    Materiais diversos.

Avaliação:
            Através da observação do interesse e participação dos alunos nas histórias contadas e a conclusão do portfólio desenvolvido no decorrer do projeto.

Sejam Bem Vindos!

Esse desenho representa o projeto "Senta que lá vem história".

Sintam-se a vontade em nosso blog e não se esqueçam de deixar seu recadinho!

Beijinhos...